• A superlotação é praticamente um consenso entre especialistas como um dos pilares dos problemas do sistema carcerário do país.
• Prender apenas e não garantir condições mínimas ou uma seleção inteligente de níveis de periculosidade é uma das principais causas da expansão das facções criminosas.
• A cada mês, penitenciárias de todo o país recebem 3 mil novos presos. Desde 2000, a população carcerária praticamente dobrou de tamanho.
• Hoje, a taxa de ocupação dos presídios brasileiros é de 175,82%, nos 1.456 estabelecimentos penais.
• O sistema está repleto de pessoas que ainda não foram consideradas culpadas. Atualmente, três em cada dez presos esperam ser julgados, estando detidos.
• Não se trata de defender presos ou amenizar o tratamento, mas sim de usar conhecimento para evitar proliferação das facções criminosas pela influência de criminosos inveterados, “laranjas-podres”, sob criminosos comuns, por exemplo, aqueles que não pagaram uma pensão alimentícia.
• A influência dessa “mistura” sem critérios é um estopim altamente perigoso. A solução passa pelo fornecimento de estrutura e condições de trabalho mínimas para que os Agentes Penitenciários possam exercer um manejo mais racional da população carcerária, asfixiando lentamente a expansão da organização criminosa dentro dos presídios..

Fonte: Infopen. G1. Carta Capital. BBC

• A cobertura insuficiente e a insistência por soluções únicas, como o endurecimento das penas, que não buscam um olhar mais complexo acabam por fortalecer o poder dos presos dentro das cadeias.
• Organizações criminosas aproveitam o vácuo do poder público e assumem controle em necessidades básicas, desde o fornecimento de itens de higiene, até o pagamento de advogados, cooptando assim milhares de novos recrutas para o crime, sem que restem alternativas para esse controle.
• Dessa forma, hoje, 70% dos que deixam a prisão acabam cometendo crimes novamente no país.
• Tais cenários levam a acreditar em um trabalho de repressão aliado a uma profunda revisão das estruturas carcerárias e também aos esforços de ressocialização como forma de evitar um colapso.
• Concluir julgamentos e reclassificar detentos, direcionando tratamentos específicos para cada grupo torna-se urgente e necessário. A ação dos Agentes é determinante nesse apoio e precisa ser respaldada.
• Penas alternativas - dependendo da gravidade do crime cometido - além de julgamentos mais rápidos complementam o pacote de medidas que podem trazer maior segurança para a sociedade fora dos presídios.

Fonte: CNPCP.Carta Capital. BBC

• Já são mais de 6,7 mil servidores que foram afastados de suas atividades por problemas de saúde. Isso representa 27% do total dos servidores da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), sendo 2.982 deles por transtornos psicológicos.
• Levantamento realizado pelos próprios funcionários apontam para 14 suicídios entre Servidores nos últimos 4 anos em São Paulo (SP).
• Não bastasse a violência e transtornos mentais adquiridos, nem mesmo de problemas de saúde básicos estes profissionais estão seguros.
• Prisões Brasileiras, por exemplo, apresentam 30 vezes mais chances de contrair tuberculose do que no restante do país, além do aumento da exposição ao risco de outras doenças contagiosas.
• É necessário cuidar de quem ajuda a garantir a segurança da população, mesmo em condições tão adversas. Profissionais de extrema coragem, que atuam por vocação e detém alto grau de experiencia e conhecimento de um sistema complexo e perigoso tem muito mais a contribuir quando suas necessidades mínimas forem supridas.

Fonte: Monitor da Violência: G1, Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Sindicato dos Agentes Penitenciários.

• Nos últimos cinco anos, pelo menos 594 agentes ficaram feridos, 3 mil foram feitos reféns e nove morreram em serviço.
• A situação é muito mais grave quando se conta as mortes fora das prisões. Só em São Paulo foram 46 assassinatos de agentes no período
• Muitos são responsáveis pelo cuidado de um “bloco” de celas sozinhos. Podem chegar a mais de 300 presos por um único Agente.
• A negligência do sistema prisional brasileiro está longe de ter uma solução simples, porém o olhar não pode ser apenas para fora das prisões. A segurança da população começa pela segurança e sanidade dos Agentes, inclusive na intermediação psicológica e prevenção de conflitos.
• Não se trata apenas da segurança dos profissionais que arriscam a vida diariamente, mas de amenizar riscos do aumento da revolta às condições de organização desses detentos; que se volta para a sociedade novamente em um ciclo contínuo.

Fonte: Monitor da Violência: G1, Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)